Achei justo iniciar o meu primeiro post com o belíssimo poema que deu origem ao nome do meu blog! =)
                              Descalça vai pera a fonte
                              Lianor pela verdura:
                              Vai fermosa, e não segura.
                              Leva na cabeça o pote,
                              O testo nas mãos de prata,
                              Cinta de fina escarlata,
                              Sainho de chamalote;
                              Traz a vasquinha de cote,
                              Mais branca que a neve pura:
                              Vai fermosa, e não segura.
                              Descobre a touca a garganta,
                              Cabelos de ouro o trançado,
                              Fita de cor de encarnado;
                              Tão linda que o mundo espanta.
                              Chove nela graça tanta,
                              Que dá graça à formosura:
                              Vai fermosa, e não segura.
                              Luís Vaz de Camões
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
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5 comentários:
yeah! vou ser a primeira a comentar!
está muito bonito!muito verdinho...xD
Acho q combina contigo!Continua!
Rach.
oláaa...
passei só para te diser que o teu blog tá super giro e que é mesmo a tua cara!!! Continua... ;)
.
em absoluto acordo: combina bem com a Leonor :))
VERDE, no Dicionário de Símbolos, pode ler-se
[...] valor medianeiro entre o calor e o frio, o alto e o baixo, é uma cor tranquilizadora, refrescante, humana
Romance sonâmbuloFederico Garcia Lorca
(A Gloria Giner e a
Fernando de los Rios)
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
— Compadre, dou meu cavalo
em troca de sua casa,
o arreio por seu espelho,
a faca por sua manta.
Compadre, venho sangrando
desde as passagens de Cabra.
— Se pudesse, meu mocinho,
esse negócio eu fechava.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Compadre, quero morrer
com decência, em minha cama.
De ferro, se for possível,
e com lençóis de cambraia.
Não vês que enorme ferida
vai de meu peito à garganta?
— Trezentas rosas morenas
traz tua camisa branca.
Ressuma teu sangue e cheira
em redor de tua faixa.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Que eu possa subir ao menos
até às altas varandas.
Que eu possa subir! que o possa
até às verdes varandas.
As balaustradas da lua
por onde retumba a água.
Já sobem os dois compadres
até às altas varandas.
Deixando um rastro de sangue.
Deixando um rastro de lágrimas.
Tremiam pelos telhados
pequenos faróis de lata.
Mil pandeiros de cristal
feriam a madrugada.
Verde que te quero verde,
verde vento, verdes ramas.
Os dois compadres subiram.
O vasto vento deixava
na boca um gosto esquisito
de menta, fel e alfavaca.
— Que é dela, compadre, dize-me
que é de tua filha amarga?
— Quantas vezes te esperou!
Quantas vezes te esperara,
rosto fresco, negras tranças,
aqui na verde varanda!
Sobre a face da cisterna
balançava-se a gitana.
Verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Ponta gelada de lua
sustenta-a por cima da água.
A noite se fez tão íntima
como uma pequena praça.
Lá fora, à porta, golpeando,
guardas-civis na cachaça.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar.
E o cavalo na montanha.
in Antologia Poética, tradução de Afonso Felix de Sousa.
*** Recomendo a leitura de Lorca na versão original, Leonor.
Até breve,
e.
.
olá linda! olha o teu blog n podia estar mais parecido contigo ( a n ser q tivesse uma data de simbolos da paz a saltar pelo blog fora):) , mas mesmo assim está mt natura! Gostei :) bj
Teresa.
eu a e mariana a representar esse soneto ficamos mesmo maravilhosas :$
damos mesmo outra vida a coisa.
adiante (...)
gostei leonor, quero mais :D e quero que comentes tambem o meu, e que te sintas orgulhosa com a fotografia que pus la :p
* Joana
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